Sócios: ter ou não ter?

Ter sócio num negócio é parte do jogo. Sabemos que não é simples, que quase sempre tem confusão entre eles, mas…quando não se tem dinheiro para lançar a empreitada e/ou não dominamos integralmente o negócio, precisamos de alguém que nos complemente.

Esta cheio de empreendedor que é bom mesmo no desenvolvimento do produto ou serviço (é o inventor, inovador), mas abomina vender! Outra tipologia comum no mundo empresarial é aquela do empreendedor que é um ótimo vendedor, que desenvolve relacionamentos duradouros, encanta os clientes e tal, mas – como quase todo bom profissional de vendas – é avesso à administração do dia a dia.

Estes casos acima e suas variantes são causas importantes para o mau desempenho de empresas (de todos os portes). E por mau desempenho entendam:

  • Crescer muito menos do que poderia – porque vende mal…
  • Lucrar muito menos do que poderia – porque é mal gerida (muitas despesas, crédito caro)…
  • Quebrar – por conta de uma drástica combinação disto tudo…

Se você não quiser gastar dinheiro e se submeter a um “coaching” empresarial, para descobrir os seus pontos fortes e fracos, assim como para pensar em como compensá-los, siga o pequeno roteiro abaixo;

1. Feche os olhos e, com toda a honestidade do mundo, analise os seus pontos forte e fracos.

2. Reflita sobre o seu perfil profissional nas seguinte macro-funções empresariais:

  • Produto/serviço: inovação (é o seu lado “Professor Pardal”)
  • Gestão: finanças e crédito, tributos, recursos humanos, tecnologia, organização empresarial
  • Vendas e relacionamento com clientes

3. Discuta consigo mesmo (se você não tem um bom conselheiro) como poderá compensar os seus pontos “menos fortes”:

  • Estudar (por exemplo, fazer um MBA para suprir carências de gestão) sempre ajuda, mas não irá resolver se você detestar o tema do curso, por exemplo, controle financeiro. Note que nenhum ser desorganizado torna-se organizado só porque estudou técnicas de gestão. E não há curso no mundo que nos transforme num inventor – a gente nasce com este ‘chip’, ou não, e pronto. E por aí segue.
  • Ter um sócio especialista no tema em que você é carente – se você vende até geladeira para esquimó, mas não faz idéia como se fabrica uma geladeira barata e inovadora, associe-se a alguém que saiba, oras!
  • Contratar e/ou promover aquele(a) funcionário(a) que demonstra ter afinidade para esta matéria. Obviamente, invista no profissional, pois provavelmente ele ou ela não estará pronto para a função. E não se esqueça, se esta pessoa entregar aquilo que você espera e ajudar a empresa a crescer, prepare-se para torná-la sua sócia. Comece com um pequeno percentual, que aos poucos poderá subir.
  • Capacitação externa, via SEBRAE e eventos gratuítos do Instituto Endeavor (www.endeavor.org.br) podem ajuda bastante também.

Enfim, meus caros, sócios são muito úteis para suprir nossas carências profissionais – além de, quase sempre, aportarem recursos para o negócio. No entanto, se até casamentos maravilhosos vivem abalos, o mesmo acontece com as sociedades empresariais. Então, visando preservar uma boa convivência entre sócios, seguem algumas regras-chave:

  • Valores – é aqui que tudo começa e onde pode terminar. Valores são aquelas crenças pessoais, que se misturam com o lado profissoinal. E nunca (!!) devemos nos associar com pessoas que tem valores muito diferentes – por mais brilhantes ou ricos que sejam. Por que? Porque um dia a relação se tornará insustentável. Imagine um sócio todo certinho, que respeita leis e paga todos os tributos, é ético com seus concorrentes, tendo que conviver com outro que acha que isto é tudo bobagem e que importante é o lucro (não importando a forma). A lista de possíveis desencontros de valores é longa e cabe a você identificar corretamente estas possíveis diferenças…de caráter.
  • Respeito – o seu sócio não é seu empregado ou patrão, portanto, seja cuidadoso no trato. É simples: trate-o como gostaria de ser tratado e exija o mesmo (se e quando a outra parte passar dos limites). E se você é do tipo que gosta de dizer “eu sou autêntico”, que nada mais é que uma ’senha’ para distribuir palavras duras para quem fizer ou disser aquilo que lhe desagrada…não tenha sócio…ou então encontre alguém tão “autêntico” como você.
  • Complementaridade – não se esqueça que é bem possível que ele ou ela seja diferente de você, até porque o ideal é que vocês sejam complementares. Portanto, se você é do tipo quietão, que fica bolando produtos maravilhosos, não se irrite com o seu sócio fanfarrão, que é o Rei das Vendas.

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